Amor a toda Prova



Cal Weaver (Steve Carell) tem quarenta e poucos anos e leva uma vida perfeita, com um bom emprego, filhos e um casamento com a namorada do colégio, Emily (Julianne Moore). Até que, ao descobrir que Emily o está traindo com um colega de trabalho( Kevin Bacon) e quer o divórcio, sua vida desaba por completo. Forçado a voltar ao mundo dos solteiros, ele enfrenta as dificuldades habituais de quem não sabe mais como se portar para se aproximar de uma mulher. É quando entra em cena Jacob Palmer (Ryan Gosling), um amigo que passa a lhe dar algumas dicas.


 O que define se determinado filme é ruim? A direção,o roteiro, as atuações ou a soma de tudo?Não posso responder pelos críticos ou pelo público geral mas posso responder por mim. O que me interessa,o que me faz ser apaixonada por cinema,são as histórias. Histórias bem contadas claro. Pode ser a comédia romantica mais banal que houver. Se for feita com honestidade e souberem conta-la porque não? Afinal de contas quem nunca se divertiu vendo O casamento do meu melhor amigo ou qual balzaquiana nãose indentificou com Bridget Jones?
Enfim...a questão é: Por mais que um filme peque em um aspecto, sempre haverá outro que o salvara da desgraça total. È o caso de Amor a toda prova. Se o filme tem um roteiro mais furado que queijo suiço(alguém já viu uma garota se formar em direito e se tornar sócia de uma firma de advocacia com dezessete anos?) e uma direção que tenta "inovar" utilzando a camera de forma vacilante nos momentos de tensão (alguém os avise que isso não é mais novidade?) e se aproximar das comédias indies, por outro lado há atuações brilhantes de um elenco estelar. Já esclareço o seguinte:assim como o roteiro, os personagens são rasos, unidimensionais. O personagem de Ryan Gosling por exemplo,não mostra a que veio.Não se sabe quem é,de onde vem e nem o que faz. Sabemos razoavelmente, atraves de uma rapida conversa com sua nova conquista, mas de resto é um pária sexy cuja única função é bancar a fada madrinha para o personagem de Steven Carel.

O grande destaque fica por conta de  Julianne Moore que humaniza seu personagem de tal forma, que não há como o espectador se voltar contra ela.
 E o que dizer de Jonah Bobo? De nome ninguém reconhece mas aquele garotinho que encantou à todos no filme Zathura, ainda encanta com sua atuação tão singela.  
Não é dificil concluir que a escolha de um  elenco desse nível foi totalmente proposital. Afinal tem que ser muito bom ator para fazer das tripas coração personagens tão superficiais em algo identificavel e assistível.

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Título: Amor a toda Prova
Elenco: Steve Carel, Juliane More,Jonah Bobo, Ema Stone,Kevin Bacon, Marisa Tomei,Ryan Gosling
Ano:2011

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Uma boa dica para esse feriadão é conferir o novo filme de Roman Polanski, O Deus da Carnificina. Calma! Não é mais uma obra monótona sobre ateísmo e cristianismo apesar do que o título sugere. Pelo contrário. O Deus da Carnificina trata de forma bem humorada sobre relações humanas.
                                                                
Nos créditos iniciais, a camera se move vagarosamente até focar de longe um grupo de crianças brincando. Rapidamente a brincadeira se torna briga e abruptamente a camera corta para outra cena: Os pais dessas crianças briguentas surge na residencia de um deles tentando resolver essa situação constrangedora de forma mais civilizada e pacífica possível.
                                                              
Com um texto imensamente criativo - baseado na peça teatral francesa "Le Dieu du Carnage", de Yasmina Reza (que assina o roteiro em parceria de Polanski) -, temos excelentes personagens, construídos com grande atenção aos detalhes. Os relacionamentos são esmiuçados de maneira auspiciosa, uma análise que explana aspirações artísticas, fobias de seres rastejantes, modelos de conduta, ativismos latentes, hipocrisias, qualidades, defeitos, até mesmo o motivo de seus apelidos afetuosos são jogados na mesa (uma das melhores piadas, aliás). Além do texto e dialogos memoráveis o grande destaque vai para o elenco impagável que reúne Cristopher Waltz, Jonh C. Reilley, Kate Winslet e  Jodie Foster como a ora controlada e pacífica, e ora como a  histérica e infeliz Penelope.

                                                            
Trailer:

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Da pornochanchada dos anos oitenta a retomada dos anos noventa,o cinema nacional nunca esteve tão em voga como agora. E se há um nome responsável por essa elevação do cinema brasileiro para outro patamar,seu nome é Selton Melo. Saído das novelas,há mais de doze anos anos (sua última aparição nas telinhas foi em 1999 em Força de um desejo) esse mineiro de trinta e oito anos mostra a que veio em sua segunda incursão na direção de um longa (sua primeira aparição por de trás das câmeras ocorreu no excelente Feliz Natal. Assistindo, me lembrou uma frase que li recentemente em um livro:"Há historias tão tristes mas tão tristes que tem uma alegria boa no final. Mas o contrário não existe". Aqui não só a história mas o personagem é tão triste mas tão triste que no final há essa alegria boa. Tão boa que no final do longa o espectador sairá com um sorriso doce na boca. Selton Mello interpreta Benjamin,um palhaço que não quer ser mais palhaço.Um profissional na arte de fazer o povo rir mas que não tem ninguém que o faça sorrir.O objetivo de Benjamin é ser somente Benjamin e não ser mais o palhaço Pangaré. Não possui identidade,endereço fixo e muito menos cpf.Somente a certidão de nascimento o define.Na verdade,seu trabalho o define.Mas será que é suficiente? Nem um pouco.Seu desejo é se encontrar.Para isso ele sai do colorido mundo circense e vai atrás do cinza do mundo. È nesse cinza que ele se encontra não se encontrando. Faz sua identidade,mora em um pequeno hotel e consegue seu primeiro comprovante de residencia. E é justamente nesse cinza,nesse mundo prosaico que ele encontra e aprecia o belo. Encontra quem o faz rir. È justamente nessa hora que ele da o seu primeiro sorriso e como o filho pródigo:o bom filho a casa retorna,nesse caso,ao circo retorna. Através de uma estetica que investe no colorido,trilha sonora que lembra antigos filmes italianos, e elenco repleto de atores sensíveis que remetem a uma glória do passado,o longa se assemelha a um mundo fantástico e realista,onde o colorido e esperançoso mundo circense se choca a todo momento com a realidade crua da vida fora do teatro. Vi em uma entrevista que a intenção de Selton era sensibilizar o público através de uma história pessoal e exorcizar uma crise criativa que teve no passado. Não sei se ele conseguiu expurgar suas emoções através da arte mas com certeza nos sensibilizou. Pelo menos eu fui contemplada com sua intenção. Trailer: O PALHAÇO (Brasil, 2011). Direção de Selton Mello. Roteiro de Selton Mello e Marcelo Vindicato. Com Selton Mello, Paulo José, Larissa Manoela, Giselle Motta, Teuda Bara, Álamo Facó, Moacyr Franco, Ferrugem, Fabiana Karla, Jorge Loredo, Jackson Antunes, Tonico Pereira, Ferrugem.

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Precisamos falar sobre Kevin

Eva é uma mulher de quarenta e poucos anos bem vividos. Tem uma carreira internacional promissora, espírito aventureiro e um marido que sempre sonhou. Sua vida estavel é interrompida pelo nascimento de seu primeiro filho,Kevin.Ter um filho nunca fora um objetivo para Eva mas ela não questiona tanto. Aceita de bom grado mas não tem grande simpatia pela ideia. Sua vida muda desde a gestação. Desde aí, percebe que Kevin não é uma criança normal.Irá infernizar sua vida até o fim. Precisamos falar sobre kevin é um filme baseado no pesado livro de Lionel Shriver. Se no livro, Eva tenta entender o que aconteceu com Kevin para causar tamanha tragédia através de cartas a seu marido, no filme a história é contada de forma desfragmentada. As situações passadas por Eva devido a Kevin são um pouco mais contidas no livro mas no filme são bem exploradas e produzidas. Vale dizer que além do propósito de desmistificar alguns temas como a maternidade, é um filme que entretem e aterroriza. Muitos sites e revistas especializadas já escreveram inúmeras teorias psicanalíticas e até esse momento dissecaram cena por cena. A relação entre mãe e filho, a loucura que é a sociedade americana e sobre as tragédias que acontecem nas escolas. Não vou chover no molhado. Ainda mais por crer que esse filme tem um impacto maior assistindo sem informações prévias. Veja.Reveja.Discuta sobre. Precisamos falar sobre Kevin é um filme intrigante que vai além de interpretações óbvias. È o tipo de filme que perturba,que causa reflexões. E se você for mente aberta e se deixar levar, provoca mudanças de pensamentos que estão arraizados. • Direção: Lynne Ramsay • Roteiro: Lynne Ramsay (roteiro), Rory Kinnear (roteiro), Lionel Shriver (romance) • Gênero: Drama/Suspense • Origem: Estados Unidos/Reino Unido • Duração: 112 minutos • Tipo: Longa-metragem

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