Amor Pleno

 
 
 Fluxo de consciência na literatura corresponde ao  mundo interior das personagens. Suas verdadeiras intenções, pensamentos e abstrações. O cinema já tentou captar essa linguagem narrativa com sucesso para as telas em filmes como As Horas e Mrs. Dalloway. Em Amor Pleno, Terence Mallick conduz com maestria esse estilo narrativo com suas  sensações, sentimentos e monólogos interiores de homens e mulheres numa jornada solitária ou conjunta, sexual e sensual, em suas decepções, prazeres e principalmente em sua busca por Amor. Seja ele carnal, divino, maternal ou paternal.
Trata-se de uma obra contemplativa e reflexiva em que a imagem predomina na narrativa e os atores são ferramentas de emoções e sentimentos genuínos. O diretor exige que o espectador dê significado a cada elemento visual colocado na tela.
 

Não se engane pela péssima tradução em português: Amor Pleno não é sobre romance meloso meia boca hollyoodiano. E nunca poderia. Dirigido por Terence Malick, o diretor do subestimado por muitos, Arvore da Vida, traça, como já mencionado, um painel filosófico sobre a condição humana. Na sua perspectiva o ser humano é um ser em eterna busca. Busca pelo preenchimento do vazio.

Duas histórias paralelas são estabelecidas. Na do casal sem nome (será intencional?), um sujeito americano do interior rural  leva a namorada e a filha dela, de origem francesa, para morar com ele. Na outra, um padre em crise espiritual (Javier Bardem) busca evidencias da existência e do amor de Deus em um mundo tão miserável e corrompido.
 

 
Há filmes que são profundamente poéticos. E assim como a poesia, analises e racionalizações não arranham a superfície de seu real significado.
 Mais uma vez Malick conseguiu nos atingir em cheio.
Título: To the Wonder
Diretor: Terence Malick
Elenco: Ben Afleck, Javier Bardem
Ano: 2012

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