E o último filme do ano é...


A Origem dos Guardiões
Jack Frost é o protetor das crianças e tem o poder de fazer nevar. Papai Noel presenteia as crianças de todo o mundo cristão  ocidental. O fofíssimo Sandman protege os sonhos das crianças evitando pesadelos. A fada dos dentes recolhe os dentes de leite das crianças trocando por doces e bugigangas. E o Coelho da Páscoa... não preciso nem dizer não é mesmo? Quando Bicho Papão resolve atacar e por medo nas crianças invadindo seus sonhos, credulidade e fantasia, os guardiões resolvem se unir e contra atacar estimulando a imaginação das crianças a fim de sustentar a magia no mundo. O detalhe da produção é a inovação nos personagens principais: Papai Noel é tatuado, o Coelho da Páscoa possui 1,85 e é metido a badAss, a fada dos dentes é esquistamente sexy e o desconhecido Sandman é fofíssimo se comunicando através de desenhos.

No estilo Os Vingadores mirim, A Origem dos Guardiões possui um roteiro tão bem amarrado e um visual tão inebriante que agrada tanto a criançada ( tanto que a meninada não parava de rir) quanto a adultos como essa que escreve. A animação é visualmente original, dando belas representações para os poderes de cada um, além de contar com um design de produção inspiradíssimo não apenas para as roupas dos personagens, mas também para o habitat/base de operações de cada um deles.

Escrito pelo ganhador do oscar de melhor curta de animação do ano passado, William Joyce e dirigido por Guilhermo Del Toro ( Labirinto do Fauno) realmente não teria como dar errado. Leve e gostoso de assistir. Belo modo de terminar o ano.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

200 Cigarros



Festas natalinas e de fim de ano geralmente rendem ótimas histórias para o cinema. È claro que teve alguns erros como o insípido Feliz Ano Novo mas de resto são filmes prazerosos. Seja drama ou comédias alternativas como 200 cigarros.
                     
Dirigido por Risa Bramon Garcia, 200 cigarrettes se passa na virada do ano de 1981 para 1982 em Nova York. Monica é uma jovem neurótica de vinte e poucos anos que prepara uma festa de arromba para comemorar a passagem do ano. Chama amigos, parentes, conhecidos e conhecidos de conhecidos. O problema é que as horas passam e ninguém chega. Ao longo dessa espera o filme corta para a histórias de desencontros e encontros amorosos de alguns desses jovens convidados. E assim vai: namoros, brigas, problemas, alegrias... tudo com um pouco de bebida e muito cigarro.


Título: 200 cigarrettes
Elenco: Ben Afleck, Casey Afleck, Cristina Ricci, Marta Plimpton, Elvis Costello
Ano: 1999

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

A falta que nos Move

 
"Um brinde a essa palhaçada que é a minha vida"
O cinema nacional me enche de orgulho. Apesar de ser exportado como cinema social ou cinema de favela, os filmes do chamado movimento novíssimo cinema abordam a subjetividade, realismo fantástico e dramas psicologicos. Ou seja, são filmes que se interessam no ser humano e não somente no contexto social.

O Palhaço, Rua dos Bobos, Feliz Natal, O Astro e Trabalhar Cansa são alguns dos belissímos exemplares desse novo cinema que faz pensar e também aflorar a nossa imaginação. È o tipo de cinema que da espaço para obras autorais e independentes e que em temas particulares se tornam universais. E também são plurais nas suas singularidades.

Em A falta que nos Move dirigido por Cristiane Jatahy, o vazio e a relação verdade x ficção são discutidas através de uma trama simplória: amigos se reúnem para realizar um jantar e receber uma pessoa misteriosa. Nessa espera ocorre frivolidades, conversas francas, acidentes banais elevados a tragédias gregas e muito, mas muito improviso. A espera por esse convidado misterioso lembra Esperando Godot e assim como no livro Godot é a representação de uma eterna espera ou de uma eterna busca por algo maior do que nossa ínfima humanidade. È a incompletude da vida.

Em tom semi documental a diretora Jatahy aparece dirigindo as cenas  através de mensagens no celular ou bilhetes. Dando dicas de posição do elenco ou sobre o roteiro, ela realiza a proeza de transformar  o espectador em um agente participante desse jogo ( será as lagrimas, histórias, conversas e tensas discussões verdadeiras? ) e não somente um mero espectador.
Investigando os limites entre realidade x ficção, essa transposição cinematográfica de sua peça Todas as histórias são ficção,Jatahy nos propõe a ideia de que sem a ficção, ou seja, sem a mentira seria insuportável viver. E que as vezes ela pode ser o motor da vida.

Título: A falta que nos move
Diretor: Cristiane jatahy
Ano: 2009

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

As Vantagens de ser Invisível


O teatro na Grécia Antiga teve suas origens ligadas a divindade Dionísio. Tinha um carater orgiástico e catártico. A platéia que permanecia de pé durante cinco, seis horas acompanhando a peça experienciavam uma espécia de mudança ao sair do teatro. Não saiam do mesmo modo que entraram no teatro. Os tempos mudaram e o que antes era uma experiencia catártica agora é só entretenimento entre um jantar e a balada.
Essa breve introdução da resenha sobre a origem do teatro não é fora de contexto. Ir ao cinema tem esse efeito sobre mim. Não é apenas um passatempo. È uma experiência enriquecedora. E quando o filme é obra prima ou ocorre uma identificação a catarse é natural. È o caso de As Vantagens de ser invisível.

Escrito ,dirigido e produzido por Stephen Chbosky, baseado em seu próprio livro de 1999, a trama fala sobre um jovem introvertido e complexo chamado Charlie ( Logan Lerman), que tenta fazer amigos e ser aceito nos primeiros dias de aula do segundo grau. Sua vida de isolamento e depressão muda radicalmente quando ele decide fazer amizade com o underground Patrick (Ezra Miller), que lhe apresenta um novo mundo de amigos descolados. Entre eles, Sam (Emma Watson), por quem o protagonista começa a desenvolver um grande amor. A história ganha o contexto do início dos anos noventa, o que só acrescenta a trama pois a trilha sonora com o melhor da época ( U2, Depeche Mode, The Smiths) é precisa em detalhes e momentos cruciais passados pelo personagem sem ser piegas.

Escrever a sinopse não é tarefa fácil. Qualquer linha não irá fazer jus ao filme e soará como qualquer outro filme adolescente raso e boboca. A verdade é que nas entrelinhas é onde a obra ganha seus grandes contornos. Como o fato da amizade ser um forte alicerce para a superação de problemas familiares e interiores. De ser até capaz de salvar alguém. 
Stephen Chbosky, o diretor, consegue imprimir grande sentimentalismo e drama ao filme, sem nunca exceder sua aceitação. Até o mais cético deverá se emocionar aqui.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS