9- A Salvação

Apresentando uma história atemporal, o filme se passa em um futuro próximo, onde todos os homens foram destruídos por máquinas criadas por eles mesmos. Com o planeta completamente destruído, um grupo de pequenas criaturas recebe partes da alma de um cientista antes dele morrer, sendo a única esperança para acabar com as últimas máquinas restantes. Nessa batalha repleta de cenas de ação de tirar o fôlego do espectador, conhecemos nove corajosas criaturas feitas de remendos de pano, que mesmo com personalidades diferentes, acabam tendo que se unir para sobreviver e acabar com uma máquina predadora mecanizada.

Em 2005 o jovem estudante de cinema Shane Acker terminara a graduação de cinema com um curta metragem chamado 9 A Salvação.O curta era tão bom que chamou a atenção da mídia e foi indicado na época para o Oscar de melhor curta. Perdeu para um concorrente inferior mas, repito o curta era tão bom que chamou a atenção de ninguém menos que Tim Burton. O resto da história nós já sabemos...
Anos depois, mais especificamente em 9/09/2009,  A Salvação é lançado nos cinemas como um longa metragem. Com a história original repaginada mas com a mesma trama- solitário boneco, que passa seus dias pensando em formas de acabar com os monstros de metal que o perseguem- Possui os elementos adorados por Tim Burton como atmosfera sombria de um mundo pós-apocalíptico, gráficos e visuais darks e impressionantes.

O problema é que se o longa empolga no visual, peca no roteiro. Assinado por Pamela Pettler (A Noiva Cadáver), a história apresenta mensagens como a importância de se trabalhar em conjunto e não sob uma liderança e também sobre o rumo do futuro da humanidade Repaginando o roteiro do curta e agregando outros personagens, 9 não consegue transmitir adrenalina nas cenas de ação ou empatia pelos bonequinhos. Perde-se tanto tempo em explicar sua origem e o porque do planeta e a população ter se dizimado que quebra o ritmo do longa, tornando-o lento e previsível. Caindo muitas vezes no lugar comum. 
Vale pelo visual e nada mais.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

360

Grande destaque das estreias do fim de semana, o aguardado filme de Fernando Meirelles ( Cidade de Deus, Ensaio sobre a Cegueira) não cumpre com as expectativas e caminha com passos cada vez mais largos para o cinema que abraça a estética e o vazio do conteúdo.

 Inspirado em "La Ronde”, clássica peça de Arthur Schnitzler, 360 é a união de histórias dinâmicas e contemporaneas, passadas em diversas partes do mundo. Laura (Maria Flor) é uma mulher que deixou a vida na terra natal para buscar melhores oportunidades em Londres ao lado do namorado Rui (Juliano Cazarré). Ao descobrir que o parceiro está tendo um caso com Rose (Rachel Weisz), ela decide voltar para o Brasil. Na volta pra casa, ela conhece um simpático senhor (Anthony Hopkins) e Tyler (Ben Foster), duas pessoas em momentos difíceis em suas vidas. Num outro lado da história, Mirka (Lucia Siposová) é uma jovem tcheca que começa a trabalhar como prostituta para juntar dinheiro. Ao mesmo tempo, lida com a desaprovação da irmã Anna (Gabriela Marcinkova). O primeiro cliente de Mirka é Michael (Jude Law), que por sua vez é casado com Rose.
Dirigido por Fernando Meirelles, filme começa em Viena e passa por Paris, Londres, Rio de Janeiro, Bratislava, Denver e Phoenix.

Apesar de se chamar 360 e indicar que a vida é um ciclo de acontecimentos,os personagens cumprem seus arcos mas nem tudo volta ao mesmo lugar. È esse o problema central de 360: O excesso de personagens e de histórias paralelas. Nem todas são exploradas da forma como deveria. Para suas histórias serem bem contadas,somente nas mãos de um hábil diretor. E Fernando Meirelles infelizmente não parece ser um deles.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Elles


Nos cinemas brasileiros há praticamente um mês é uma boa pedida para quem deseja fugir de blockbusters e dos fracos filmes americanos atuais. Elles,que abriu o festival Um outro olhar, é dirigido pela estreante polonesa Malgorzata Szumowsk, conta a história de Anne (Juliete Binoche,se superando a cada filme), jornalista de uma grande revista voltada para o público feminino. Trabalhando em uma matéria sobre prostituição estudantil consegue os depoimentos de duas estudantes de Paris, Alicja (Joanna Kulig) e Charlotte (Anaïs Demoustier), que abrem suas vidas sem pudor ou vergonha. Tais confissões acabam ecoando no dia a dia de Anne e interferindo em seus relacionamentos pessoais. 

 Apesar de ser um tema desgastado, A bela da tarde e Caché são mais brilhantes sob a tematica da vida burguesa, é interessante ver esse cenário através do olhar da personagem de Binoche. Seu interior e sua visão vão se transformando. Antigos pensamentos e ideologias vão se perdendo ao longo do filme. Até mesmo seus hábitos vão se diferenciando. O problema é que sua situação e posição na família e sociedade  continua a mesma. E o que dizer do assunto principal, a prostituição das estudantes? Através de uma camera vacilante nos momentos da entrevista, a questão da utilização da prostituição para financiar os estudos se assemelha a um documentário. Será que alguma delas são forçadas a se prostituir? Será que há algum tipo de arrependimento? 
 Reconstituições, depoimentos e devaneios desordenados dão o tom para o desenvolvimento do enredo, mesmo que isso dificulte a compreensão em alguns trechos.

Elles não esta sendo uma unanimidade nas críticas mas o seguinte dialogo entre a jornalista e uma das prostitutas já vale o ingresso ou o download: A garota de programa com tristeza e olhos marejados diz para a jornalista que ainda carrega no corpo o cheiro. A jornalista presume que é o cheiro do trauma do sexo forçado, da ausencia de proteção e  promíscuidade. Mas não. O cheiro que ela se referia era do esgoto proximo a sua antiga moradia. 
Mesmo não sendo um filme unanime, é polêmico e quebra alguns paradigmas.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Misterioso Assassinato em Manhatan



Dizem que até mesmo os filmes medianos de Allen são superiores a média. Misterioso Assassinato em Manhatan é um exemplo clássico.

Primeira comédia da fase despretensiosa de Allen no inicio dos anos 90, é uma obra de arte cômica divertidíssima, que brinca com muita classe com os velhos elementos  do mestre Alfred Hitchcock, no qual as tramas procuravam trazer cidadãos comuns de investigadores particulares. A partir de uma premissa simples e até mesmo banal hoje em dia –Carol (Diane Keaton), uma dona de casa entediada, cisma que o velhinho que mora ao seu lado matou sua esposa. Obcecada pelo caso, insiste que seu marido Larry (Woody Allen) a ajude a resolver o mistério, mas ele acha que ela está exagerando. O recém divorciado Ted (Alan Alda) resolve ajudá-la na investigação, deixando Larry morto de ciúmes- Allen constrói uma comédia inteligente, recheada de ótimos e impagáveis diálogos e situações cômicas que brotam na tela de forma intensa a todo momento. Ainda pode se contar com a presença de um elenco afiado e entrosado e clima de NY tangível ao espectador.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS