
Assisti a esse filme pela primeira vez ainda adolescente em uma tarde de puro tédio. Após assisti-lo o marasmo deu lugar a pensamentos desconexos nunca antes tido sobre sonhos, realidade e existencialismo. Alguns anos mais tarde assisti para fazer um trabalho na faculdade. A experiência foi diferente. Os temas abordados no filme já me eram familiares e ampliaram minha visão do mundo. Já nessa terceira visita, percebi que Waking Life é o tipo de filme que pode ser comparado às bonecas russas: há mais mistérios e significados do que podemos ver.
Sem se importar com a linha narrativa tradicional, o diretor Richard Linklater ( Jovens, loucos e Rebeldes) trabalha com ideias e notas para abordar a seguinte questão: “Será que
somos sonambulos quando estamos acordados ou estamos acordados quando
estamos sonhando?”. A fim de encontrar respostas,ele vagueia por pessoas e lugares diferentes. Entre elas aparecem figuras ilustríssimas da nossa realidade como Robert C. Solomon, filósofo da Universidade do
Texas, o diretor
Steven Soderbergh e ilustres figuras ficcionais como Jesse e Celine, personagens de Antes do Amanhecer, que oferecem
debates e diálogos filosóficos sobre a evolução da linguagem, o papel da mídia, o livre
arbítrio e a formação científica para o sentido de identidade.
Linklater encontra inúmeras maneiras de
filosofar sobre a existência e realidade. Não há sexo, violência ou história: apenas conversas. É um filme com
pessoas falando constantemente sobre o significado da vida. Não é um filme fácil mas é uma obra visualmente fantástica e única, que
oferece propostas filosóficas intrigantes sobre os princípios básicos da vida, e ao mesmo tempo é uma fonte constante de humor e
espanto.
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