A regra número um para um ator ser aclamado pela crítica e público é desaparecer no personagem. È nivelar seu EU e vaidade a zero. E é exatamente esse processo de interpretação que Meryl Streep realiza em A Dama de Ferro. Com a ajuda da maquiagem (ganhadora do Oscar 2012) e encarnando os maneirismos de Thatcher com perfeição extrema, Streep também
domina de forma admirável a inflexão e o timbre duro de sua voz. Além disso, a atriz evoca com sensibilidade a vulnerabilidade e fragilidade de Tatcher mais velha, que surge em cena como uma criatura prestes a
desabar.
Se sua interpretação foi aclamada tanto pela crítica quanto pelo público, o mesmo não se pode dizer da película. A crítica especializada desprezou a obra pelo fato de Philyda Lloyd ( a mesma diretora de Mamma Mia!) preferir focar o final da vida de Margareth e não sua carreira política e juventude. Deixando de lado questionamentos sobre sua gestão e não mostra claramente o contexto caótico que a Inglaterra encontrava-se. Já o público não aprovou a narrativa montada em flashbacks. Todo o vai e vem,mistura de passado e presente,consideraram confuso por demais.
Nem um nem outro. Tanto críticos quanto o público geral estão equivocados. Primeiro porque o filme é biografico. Focar a juventude,vida adulta ou a velhice de Tatcher fica a cargo da diretora e da roteirista. Os críticos mal humorados já sabiam o que iriam encontrar (basta ler a sinopse). Em relação a narrativa,os flashbacks foram uma ótima sacada (apesar de não ser inovador) para relatar sua história e consequentemente parte da história da Inglaterra.
Título: A dama de Ferro
Direção: Philyda Lloyd
Elenco: Meryl Streep, Harry Loyd,Richard E. Grant
Ano:2011