A falta que nos Move

 
"Um brinde a essa palhaçada que é a minha vida"
O cinema nacional me enche de orgulho. Apesar de ser exportado como cinema social ou cinema de favela, os filmes do chamado movimento novíssimo cinema abordam a subjetividade, realismo fantástico e dramas psicologicos. Ou seja, são filmes que se interessam no ser humano e não somente no contexto social.

O Palhaço, Rua dos Bobos, Feliz Natal, O Astro e Trabalhar Cansa são alguns dos belissímos exemplares desse novo cinema que faz pensar e também aflorar a nossa imaginação. È o tipo de cinema que da espaço para obras autorais e independentes e que em temas particulares se tornam universais. E também são plurais nas suas singularidades.

Em A falta que nos Move dirigido por Cristiane Jatahy, o vazio e a relação verdade x ficção são discutidas através de uma trama simplória: amigos se reúnem para realizar um jantar e receber uma pessoa misteriosa. Nessa espera ocorre frivolidades, conversas francas, acidentes banais elevados a tragédias gregas e muito, mas muito improviso. A espera por esse convidado misterioso lembra Esperando Godot e assim como no livro Godot é a representação de uma eterna espera ou de uma eterna busca por algo maior do que nossa ínfima humanidade. È a incompletude da vida.

Em tom semi documental a diretora Jatahy aparece dirigindo as cenas  através de mensagens no celular ou bilhetes. Dando dicas de posição do elenco ou sobre o roteiro, ela realiza a proeza de transformar  o espectador em um agente participante desse jogo ( será as lagrimas, histórias, conversas e tensas discussões verdadeiras? ) e não somente um mero espectador.
Investigando os limites entre realidade x ficção, essa transposição cinematográfica de sua peça Todas as histórias são ficção,Jatahy nos propõe a ideia de que sem a ficção, ou seja, sem a mentira seria insuportável viver. E que as vezes ela pode ser o motor da vida.

Título: A falta que nos move
Diretor: Cristiane jatahy
Ano: 2009

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